“Gêmeos do Facebook”, irmãos Winklevoss ficam bilionários com Bitcoin

Os irmãos Winklevoss aproveitaram o dinheiro do acordo com Mark Zuckerberg para investir em bitcoin. Deu certo. 

Os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss ficaram famosos ao serem retratados no filme A Rede Social como os gêmeos enganados por Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook. O que o filme não mostrou foi que os gêmeos à época usaram parte dos US$ 65 milhões ganhos no acordo com Zuckerberg para comprar bitcoin. E agora, com a forte valorização da moeda nos últimos meses, se tornam os primeiros bilionários de bitcoin no mundo.

Quando os irmãos começaram a comprar a moeda virtual, no fim de 2012, o preço de uma unidade era inferior a US$ 10. A estratégia adotada foi adquirir 1% de todos os bitcoin em circulação – cerca de 120 mil unidades. Logo depois, em abril do ano seguinte, o preço subiu, fazendo com que o portfólio de bitcoin deles valesse cerca de US$ 11 milhões. Ontem, até às 19h (horário de Brasília) a cotação de uma só moeda era de US$ 15,9 mil.

Ao contrário de boa parte dos novos milionários de bitcoin que aproveitaram o dinheiro para comprar Lamborghinis, equipes de hóquei profissional ou títulos de baixo risco, os gêmeos Winklevoss garantem que não têm intenção de diversificar seus investimentos. Isso porque, além de ganhar com a valorização da moeda, eles também são proprietários majoritários da Gemini, plataforma que funciona como casa de câmbio e bolsa de valores virtual cujos lucros por si só já tornariam cada um dos irmãos um bilionário do ramo de bitcoin.

O diferencial da Gemini é uma tecnologia de múltiplas assinaturas criptografadas criada pelos gêmeos que garante a segurança dos bitcoins de seus clientes. A segurança das criptomoedas é uma das principais dificuldades de popularização das moedas virtuais, porque hoje um bitcoin roubado é impossível de ser recuperado, ao contrário do que acontece com valores em contas bancárias tradicionais.

Outra vitória dos irmãos é a licença recebida do Estado de Nova York que autoriza a Gemini armazenar bitcoins para bancos, pessoas físicas e gestores de ativos regulados – algo que até o momento nenhuma outra empresa do ramo pode fazer. Isso transformou a empresa especializada em moedas virtuais em um dos destinos mais confiáveis para investidores. “A Gemini é uma das poucas nas quais confio como guardiã”, disse Ari Paul, sócio-gerente do fundo de hedge de moeda virtual BlockTower Capital.

Ascensão. A bolsa de valores dos Winklevoss está agora expandindo de seus escritórios antigos de 464 metros quadrados para instalações novas e de 3,2 mil metros quadrados no centro de Manhattan.

Mas isso não significa que a Gemini ou os irmãos tenham passado tudo a limpo. Como muitas outras bolsas, a Gemini tem lutado para se manter online ante o dilúvio de novos clientes. O ápice trouxe novas oscilações para a moeda que chegou a perder mais de 30% do valor em menos de 24h, entre quinta e sexta-feira da semana passada.

As dores do crescimento do mercado de bitcoins são parte dos motivos pelos quais os irmãos dizem que manterão suas moedas. Eles acreditam que as criptomoedas estão distantes da adoção real. “Ainda pensamos que esse provavelmente é um dos melhores investimentos do mundo e o será para as próximas décadas”, disse Tyler Winklevoss. “E, se não for, preferimos viver com decepção que com arrependimento.”

Eles disseram que só devem pensar em vender os bitcoins quando o valor da moeda virtual se aproximar do preço do ouro. Isso porque os gêmeos também acreditam que, em poucos anos, o bitcoin substituirá o ouro como mercadoria rara. Apesar disso, Tyler Winklevoss despista sobre a possibilidade de vender suas moedas um dia.

“Pode até parecer piada, mas não tenho certeza de que vamos vender os bitcoins quando eles valerem tanto quanto o ouro”, disse ele. “Porque achamos que o bitcoin é mais que ouro – é uma armazenagem programável de dinheiro, é uma tecnologia que deve continuar a inovar ao contrário do metal”.

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Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

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