Além de pirâmides, múmias, deuses e papiros, a história do Egito Antigo tem um poderoso componente sexual que só veio à tona no século XX. Até então, esse passado era deixado de lado pelo conservadorismo de arqueólogos cristãos e muçulmanos. Seriam os egípcios amantes tórridos, como nos filmes de Hollywood? Pesquisadores acreditam que iconografias eróticas, como o Papiro de Turim e alguns outros poucos desenhos que restaram, podem ajudar a desvendar esse mistério.
O pouco que há de concreto para estudar um tema tão desafiador pode ser encontrado no trabalho do catalão Marc Orriols. Ele estudou iconografias do período do Império Novo e centrou sua pesquisa na análise da cópula a tergo (por trás), mostrada nas famosas óstracas (fragmentos de pedra com desenhos) e grafites da cidade dos construtores de tumbas de Deir el Medina.
“Por trás”
Esse “por trás” seria o sexo vaginal, e muitos pesquisadores passaram a especular que se tratava da posição mais recorrente no Egito na época. Orriols, no entanto, chegou à conclusão de que poderia existir outro significado. Segundo ele, esses desenhos representariam, em sua maioria, sexo anal. O pesquisador defende que os desenhos não estariam retratando cenas sensuais e poderiam significar algum tipo de humilhação entre homens.
Mas como era o sexo por prazer então? A resposta é difícil, de acordo com Orriols, já que são escassos os desenhos sobre o assunto no Egito, em comparação com o que existe sobre a Grécia e Roma Antiga.
Realidade x Hollywood
De acordo com o pesquisador, 3% das pinturas egípcias são da cópula a tergo. Outras mostram homens com membros desproporcionais e posturas acrobáticas das mulheres – que de fato estão em um papiro único, que poderia retratar um prostíbulo. Em outras duas cenas aparece a posição papai-mamãe (ou do missionário). A conclusão é que não há evidências para traçar um perfil do comportamento sexual dos egípcios na Antiguidade, mas, ao que indica, era um povo longe de praticar cenas tórridas como nos filmes de Hollywood, que entraram para o imaginário dos expectadores.
e assim falou o eterno “FOREVER ALONE”…