Documentos revelam detalhes sobre a Área 51

O governo americano negou a existência da base durante anos. Agora, tornaram público documentos publicados pelo Arquivo de Segurança Nacional que mostram os papéis que a Área 51 desempenhou nos programas secretos da CIA e da Força Aérea nas décadas de 1970 e 1980, além de uma revelação: a de que obteve caças MiG soviéticos durante a Guerra Fria.

Compilados e editados por Jeffrey T. Richelson, do Arquivo de Segurança Nacional, 60 documentos desclassificados tratam das atividades da Área, incluindo a preocupação de manter sigilo sobre a instalação.

Outros documentos focam-se no teste de aeronaves, em particular do esquadrão F-117, com detalhes sobre a sua participação em operações e exercícios, como nas operações Desert Storm (Guerra do Golfo) e Iraqi Freedom (Guerra do Iraque).

Por fim, os documentos falam sobre a exploração de MiGs soviéticos secretamente adquiridos. Há um relatório de 300 páginas sobre a exploração do MiG-21, e outros dois documentados sobre o esforço da exploração de dois MiG- 17.

Para muitos, a Área 51 era um local clandestino de OVNIs e extraterrestres. Hoje, sabemos oficialmente que era uma instalação do governo dos EUA para o teste de uma série de projetos de aviões secretos norte-americanos, incluindo o U-2, o OXCART e o F-117. Mas se testavam aviões de outros países, quem garante que não havia lá (ou ainda haja) aeronaves extra-terrenas?

Muitos dos relatórios a respeito da Área 51 discutem como mantê-la em segredo. O local foi descoberto por Richard Bissell e o coronel Osmund Ritland, que sobrevoavam o estado de Nevada com Kelly Johnson da Lockheed Corporation com a finalidade de encontrar um local onde o U-2 pudesse ser testado com segurança e em segredo.

Eles descobriram o que parecia ser uma pista de aterrisagem perto de uma salina conhecido como Groom Lake. O presidente americano Eisenhower aprovou o plano e liberou o território, conhecido pela sua designação no mapa (Área 51).

Em setembro de 1961, o local foi visitado pelo Inspetor Geral da CIA Lyman Kirkpatrick, que afirmou que a Área 51 parecia ser extremamente vulnerável nas suas atuais disposições de segurança contra a observação não autorizada.

A preocupação com a manutenção de sigilo persistiu, como ilustrado por um memorando de 6 abril de 1962 de John McMahon, que discutiu a ideia de pedir que fotografias fossem tiradas da região e intérpretes tentassem determinar o que estava acontecendo no local. Eles decidiram que era mais aconselhável ver o que eles mesmos podiam aprender com imagens de satélite de reconhecimento da área. Doze anos depois, a Área 51 foi exposta com fotografias tiradas através desta forma.

Em meados da década de 1970, a discussão passou a ser se a CIA deveria continuar com a Área 51, já que os seus principais programas de reconhecimento aéreo não precisavam mais do local. No entanto, a Força Aérea ainda queria utilizar a área para testes de radar e estudo das aeronaves MiG soviéticas que os EUA tinham adquirido.

O Conselho de Segurança Nacional decidiu que a Força Aérea deveria assumir o controle do local. Eventualmente, a transferência da CIA para a Força Aérea aconteceu e, em meados da década de 1990, a existência da Área 51 tornou-se bastante conhecida.

Enquanto procuravam impedir revelações sobre as atividades realizadas no local, os presidentes americanos Bill Clinton e George W. Bush determinaram durante anos que a Área 51 fosse isenta de fiscalização ambiental de qualquer âmbito a pessoas não autorizadas. Finalmente, no último verão, o governo parou de negar as ações que foram efetivadas ali.

Apesar da Área 51 não ser um local secreto alienígena, de fato continha algo estrangeiro: os MiGs soviéticos.

A Área 51 sediou o estudo de caças soviéticos, adquiridos de diversas formas. O primeiro esforço envolveu um MiG-21 que Israel tinha obtido em agosto de 1966, quando um capitão da força aérea iraquiana desertou, aterrando o MiG ali. De 23 de janeiro de 1968 até 8 de abril de 1968, o avião foi emprestado para a Força Aérea dos EUA.

O esforço de exploração, conduzido pelos especialistas da Divisão de Tecnologia Estrangeira da Força Aérea Americana, centrou-se sobre as características técnicas do avião. As novas missões focaram-se numa avaliação tática. O último documento sobre o assunto indica quatro objetivos principais: avaliação da eficácia americana contra o MiG-21, avaliação das suas limitações táticas em combates aéreos, otimização de táticas existentes e desenvolvimento de novas táticas para derrotá-lo, e avaliação do seu design, desempenho e características.

Dois outros esforços estudaram o MiG-17, o que também resultou em relatórios técnicos e táticos. Por fim, sob um programa designado CONSTANT PEG, a Força Aérea testou outros MiGs para determinar as suas capacidades e vulnerabilidades.

 

Fonte: TNSA

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Posted by Wladimir

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