Funcionários do Museu Egípcio de Cairo denunciaram, anonimamente, que a famosa barba da máscara mortuária do faraó Tutancâmon, ícone máximo da instituição, foi duplamente danificada em consequência da negligência de seus restauradores e da direção do museu. Por causa do incidente, Ilham Abdelrahmán foi afastado de seu cargo, a primeira autoridade responsável pelos trabalhos de restauração do emblemático museu.
A decisão, divulgada pelo ministro de antiguidades, Mamduh AL Damati, foi tomada três dias depois de os especialistas comprovarem a “restauração defeituosa” do símbolo do maior museu faraônico do mundo. Os trabalhos observados se focaram na barbicha do faraó, que se desprendeu da máscara após um acidente ocorrido enquanto eram realizadas obras de reposição das luminárias do museu, em agosto do ano passado. Mas, até hoje, ainda não haviam vazado notícias a esse respeito, até que foram feitas denúncias anônimas sobre a utilização da resina epóxi na colagem da barba à máscara fúnebre.
As denúncias foram acompanhadas por imagens que mostram, até para olhos menos experientes, o trabalho grosseiro de restauração, revelando, a olho nu, a resina amarelada. O restaurador alemão Christian Eckmann, colaborador das autoridades egípcias, afirmou que “a execução não foi feita da melhor forma e isso fica evidente na máscara. Por isso, eu sugeriria refazê-la”. Ao mesmo tempo, ele esclareceu que “a máscara não corre perigo […] poderiam apenas ter feito uma restauração mais cuidadosa”.
Fonte: Clarín