Dezenas de objetos que datam do século I, apresentados neste domingo pela Autoridade de Antiguidades de Israel, permitem que os historiadores compreendam melhor a vida na época de Jesus Cristo, segundo um porta-voz da instituição.
Entre as dezenas dos objetos descobertos recentemente na região de Jerusalém e na Galileia, onde Jesus viveu, segundo a tradição, figuram vasos, utensílios de cozinha, restos de lagares para o vinho, ossários com inscrições em hebraico e pregos das crucificações — um deles cravado em um osso de calcanhar.
— Agora, podemos descrever de forma muito precisa a vida cotidiana desta época, desde o nascimento, através dos costumes alimentares e das viagens, até a morte, com os ritos funerários — explicou à AFP Gideon Avni, diretor da divisão arqueológica da Autoridade de Antiguidades.
A Autoridade conserva mais de um milhão de objetos descobertos em escavações e, todos os anos, recebe mais de 40 mil novos provenientes de 300 lugares, segundo Avni.
— Nestes últimos 20 anos, avançamos na compreensão do modo de vida de Jesus e de seus contemporâneos. A cada semana são descobertos novos elementos que permitem conhecer melhor este período. Encontramos em alguns ossários de nomes de personalidades conhecidas graças aos textos desta época — completou ele.
A Autoridade de Antiguidades também apresentou neste domingo moedas da época bizantina descobertas há pouco tempo durante escavações nos vestígios de um edifício utilizado pelos peregrinos cristãos, perto de Jerusalém.
Um ossário com uma inscrição em letras hebraicas que formam a palavra “Yeshua”, que seria o nome de Jesus nesse idioma – AMIR COHEN / REUTERS
Essas moedas, que datam dos séculos IV e VII, foram encontradas em uma parede, como se seu proprietário tivesse tentado escondê-las, segundo a arqueóloga Annette Landes-Nagar.
— Esta descoberta constitui uma prova da invasão persa no fim do período bizantino, que levou ao abandono deste local cristão — contextualizou ela.