Médicos criam vagina artificial e realizam implantes

Um grupo de médicos do Centro Médico Wake Forest Baptist, na Carolina do Norte (EUA), criou em laboratório vaginas artificiais e implantou-as em quatro mulheres.

O ‘órgão’ necessitou de tecnologia pioneira através de amostras de tecido das mulheres em questão, além da parte construída em laboratório a partir de um molde biodegradável.

Os médicos afirmam que esta é a mais recente amostra dos avanços na medicina regenerativa.

Os resultados foram publicados na revista Lancet.

Solução

A vagina artificial foi implantada em mulheres que tinham má-formação genital. Isto ocorre, geralmente, durante a gestação e pode acarretar problemas mais graves como distúrbios em órgãos reprodutivos. Duas das mulheres implantadas, pro exemplo, tinham as vaginas conectadas ao útero.

Os benefícios do implante foram notados pelas pacientes e suas vidas sexuais estão normais. Segundo elas, os níveis de “desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação” eram normais, além da ausência de dor durante o sexo.

Ainda não foram registrados casos de gravidez, porém, em tese, isso é possível.

Tratamentos atuais e inovação

Atualmente, o procedimento que soluciona este tipo de problema é altamente invasivo e consiste na criação de uma cavidade revestida de partes do intestino ou enxertos de pele.

Pensando nisso, os médicos do Wake Forest Baptist iniciaram o processo de criação da vagina artificial quando as pacientes ainda eram adolescentes. Através do escaneamento da região pélvica das jovens, criou-se um molde 3D para cada uma. O primeiro implante foi realizado há 8 anos.

Para reproduzir o tecido genital em laboratório, o cientistas retiraram uma amostra da vulva de cada mulher, que não tinha se desenvolvido corretamente.

Na parte de fora do implante foram inseridas células musculares e na parte de dentro, células da parte interna da vagina. Os moldes foram mantidos em um reator biológico para desenvolverem-se e alcançarem o tamanho desejado e, só então, serem implantados nas pacientes.

“Realmente, pela primeira vez criamos um órgão inteiro que nunca esteve lá, foi um desafio”, disse Anthony Atala, diretor do Instituto de Medicina Regenerativa do Wake Forest.

Uma das pacientes, que não quis ser identificada, demonstrou satisfação. “[Estou] muito feliz, pois agora tenho uma vida normal, completamente normal”.

Segundo Atala, o implante se fez importante, pois não demonstrou apenas mudanças físicas, mas em um contexto geral, mudou a vida das pacientes. “Foi muito gratificante”, disse.

via BBC Brasil

Opine

comentários

Leia também

Posted by Wladimir

Nerd desde sempre. Começou a programar em Basic, em um CP 400 Color II lá por 1985. Fã de Star Wars, Star Trek e outras séries espaciais. Pai de 4 filhos - um era pra se chamar Linus, mas o nome encontrou muita resistência :( Aliás, software livre é outra paixão. Usuário Linux desde 1999. Presidente da Associação Software Livre Santa Catarina. Defensor do livre compartilhamento. É o compartilhamento que tem feito a humanidade avançar. As ideias são uma construção coletiva da humanidade :) Foi fundador do Partido Pirata do Brasil e membro de sua 1ª Executiva Nacional (2012-2014). Foi também assessor do gabinete do Ministro da Ciência e Tecnologia durante 2016, até a efetivação do golpe que destituiu Dilma Rousseff. Ah, também é editor aqui dessa bagaça, onde, aliás, você também pode colaborar. Só entrar em contato (42@nerdices.com.br) e enviar suas dicas, artigos, notícias etc. Afinal, a Força somos nós!

Website: http://www.nerdices.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.