Querem mudar nosso calendário para a “Era Humana”

 

Como você sabe, o calendário oficial em uso atualmente é o Calendário Gregoriano, proposto pelo Papa Gregório no século 16. Ele não só estabelece que os anos tenham 365 dias, divide todos eles em meses com duração de 30 e 31 dias (com exceção de fevereiro, claro!), organiza a questão dos anos bissextos, como também determina que a Era Comum, isto é, o “ano zero”, se inicia a partir do nascimento de Cristo.

Entretanto, de acordo com a animação que você poderá conferir logo mais, criada pelo pessoal do (simplesmente sensacional) canal do YouTube Kerzgesagt, vários cientistas acreditam que a forma como o calendário gregoriano divide a nossa História em a.C. e d.C. não faz justiça a todos os avanços que a humanidade conquistou ao longo dos milênios. Assim, eles propõem que ele seja “aposentado” e dê lugar ao Calendário Holoceno — ou Calendário da Era Humana.

 

Atualização necessária

Embora a mudança de calendário seja defendida por uma porção de gente, quem primeiro propôs a atualização foi o cientista italiano Cesare Emiliani. Segundo esse cara genial, o mundo deveria se basear em um calendário cujo ano zero não tivesse relação com nenhuma crença religiosa ou determinadas culturas.

 

Para Cesare, a nossa História como espécie deveria começar a contar a partir do momento em que os humanos iniciaram o processo de transformação do planeta Terra. E quando foi isso? De acordo com o consenso atual, o marco foi a construção do — que os historiadores acreditam ser o — “primeiro templo” do mundo, há 12 mil anos. Confira na animação a seguir:

* Você pode ativar as legendas em português no menu do vídeo e, sério, vale a pena assistir até o final!

 

Conforme você assistiu na animação acima, embora os humanos tenham surgido há milhões de anos, o primeiro projeto de edificação em larga escala da humanidade foi um templo construído em um território que atualmente corresponde ao sul da Anatólia, na Turquia, conhecido como Göbekli Tepe.

 

Os povos que ocupavam essa região eram caçadores-coletores, o que significa que eles ainda não haviam desenvolvido a agricultura, nem tinham conhecimento sobre o uso de metais. Entretanto, apesar de apenas utilizarem ferramentas de madeira e pedra, essas pessoas fizeram algo extraordinário. Segundo o pessoal do Kerzgesagt, eles construíram um edifício que ocupa uma área de 300 metros e é dotado de pilares com até seis metros de altura e 40 toneladas.

 

Como se fosse pouco, esses pilares foram decorados com animais e criaturas míticas — e seus arquitetos fizeram isso sete milanos antes de as pirâmides do Egito serem construídas! Até hoje ninguém sabe explicar como é que esses povos foram capazes de criar algo tão grandioso e complexo em plena Idade da Pedra, mas o fato é que as ruínas de Göbekli Tepe existem e são um testemunho da engenhosidade dos nossos ancestrais.

 

A utilidade do edifício também continua sendo um mistério, mas os pesquisadores acreditam que ele serviu para que os povos pudessem adorar antigos deuses há muito tempo esquecidos — e, por isso, Göbekli Tepe também é conhecido como “primeiro templo”.

Pois, de acordo com a animação, para muitos cientistas, essa estrutura marca o início de uma nova Era, já que foi a partir de então que a humanidade começou a construir o mundo que nos rodeia.  Assim, para Cesare — e muitos que concordam com ele —, esse marco na História seria um bom ponto de partida para iniciar a nossa história e o nosso calendário.

 

E a troca não seria tão traumática como parece. Segundo o cientista italiano, bastaria adicionar 10 mil anos ao nosso calendário atual, o gregoriano. Com isso, não seria necessário alterar dias da semana ou meses, nem teríamos que mexer nas datas de festivais religiosos. A única alteração seria que o ano que se aproxima, por exemplo, em vez de ser o de 2017, seria o de 12.017. Simples assim.

Mas as implicações, de acordo com os defensores do Calendário Holoceno, seriam imensas, pois essa pequena alteração afetaria drasticamente a forma como pensamos sobre e entendemos a nossa própria história. Afinal, esse novo formato refletiria melhor o nosso avanço tecnológico, mostrando o quanto a humanidade transformou o mundo ao longo de 12 mil anos de História — em vez de destacar apenas os últimos dois mil. E aí, o que você acha?

 

Fonte: MegaCurioso

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