A Polícia Judiciária de Portugal deteve no último dia 26 o criador do site Tugaleaks, Rui Cruz, no âmbito de uma investigação a vários ataques cibernéticos, dois dos quais visaram a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) em abril e junho do ano passado. Além dele, outras seis pessoas também foram detidas. Todos são acusados de ter ligação ou pertencerem ao Anonymous.
Um dos ataques, em 25 de abril, tinha sido reivindicado pelos Sudoh4k3rs, um grupo ligado ao Anonymous. Este ataque que expôs os contatos pessoais e profissionais de quase dois mil procuradores. Na ocasião, foram também expostas suas senhas de acesso ao sistema informatizado do Ministério Público. Esta investida dos hackers foi desde o início divulgada no site Tugaleaks, que está registrado como órgão de comunicação social.
O mesmo aconteceu com outro ataque à PGDL em junho do ano passado, no qual os OutsideTheLaw alteraram o site da procuradoria. Nas ações virtuais, os dois grupos deixaram mensagens defendendo a liberdade de expressão. Quando os hackers descobriram que os ataques estavam sendo investigados pelo procurador Pedro Verdelho, do gabinete do cibercrime da Procuradoria-Geral da República, colocaram na Internet uma fotografia do magistrado com a família.
Uma das buscas da Polícia Judiciária foi precisamente na casa de Rui Cruz, na região da grande Lisboa, que serve também de sede do site Tugaleaks. Devido à criação deste portal, Rui Cruz é detentor de um cartão que o equipara a jornalista. A polícia suspeita, porém, que desenvolva também atividades relacionadas com a pirataria. Em alguns casos pode ter agido como instigador dos ataques e em outros pode ter colaborado.
A operação da polícia incluiu 24 buscas em Lisboa e no Porto, tendo sido detidas mais seis pessoas além do fundador do Tugaleaks, uma das quais do sexo feminino. Todos serão levados pelo Ministério Público para depor no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde um juiz os ouvirá para avaliar e decidir sobre a aplicação das medidas de coação. Com idades entre os 17 e os 40 anos, os detidos são suspeitos dos crimes de acesso ilegítimo, dano informático e sabotagem informática.
Foram ainda constituídos outros 14 arguidos face a suspeitas de envolvimento nos crimes nesta operação à qual a Judiciária deu o nome de código C4R3T05 (Caretos), numa alusão à típica máscara que simboliza os Anonymous.
com informações do Publico PT